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FRATER ADONAY/

BRUXO TCHIPRI

A Nação Jeje compreende as culturas de diversos povos, tais quais os Fons, Ewes, Adjas, Minas, Popos, Gans, etc. Estes povos tinham e tem em comum sua forma de religião: o culto ao Vodun. Mas a diversidade no culto varia de povo para povo, de seguimento para seguimento. Estes povos habitavam o antigo reino de Dahomey, Dahomé ou Daomé, situado onde hoje é o Benin, mantendo proximidades com a Nigéria, onde situam-se os povos yorubás, e que mantém em suas regiões fronteiristas, uma mescla de seus cultos, fazendo com que os “jejis” adotassem alguns orixás em seu panteão (voduns nagôs como Oyá, Òsún, Yemanjá), assim como os nagôs adotaram alguns voduns em seu panteão (Oxumaré, por exemplo). Os povos da capital de Dahomey (Abomey ou Abomé) eram pricipalmente os Adjas. Por volta de 1650, os Adjas conseguiram dominar os Fons, e o rei Hwegbajá (1645-1685) declarou-se rei de seu território comum. Tendo estabelecido sua capital em Abamey, Hwegbajá e seus sucessores conseguiram estabelecer um Estado altamente centralizado com base no culto da realeza (Voduns Reais) estruturado em sacrifícios (incluindo sacrifícios humanos) aos antepassados do monarca. Toda a terra era propriedade direta do rei, que coletava tributos de todas as colheitas obtidas. Logo este povo entraria em confronto com vários outros, alguns pertencentes à própria origem “jeji” (daomeana) como os povos de Aladá, Mahi, Uidá, e outros povos de origem yorubá, tais como o Reino de Oyó, que acabou vencendo os daomeanos. Economicamente, entretanto, Hwegbajá e seus sucessores lucraram principalmente com o tráfico de escravos e relações com os escravistas estabelecidos na costa. Como os reis do Daomé envolveram-se em guerras para expandir seu território, e começaram a utilizar rifles e outras armas de fogo compradas aos europeus em troca dos prisioneiros, que foram vendidos como escravos nas Américas.
No Brasil, chegaram principalmente os Minas (povos da Costa da Mina, de origem Mina e Popo), os Mahis (povos camponeses de origem Fon, Ewe e Gan), os Savalus (também de origem Fon, Ewe), povos de Aladá, Uidá e os próprios Adjas. Esses diferentes povos de diferentes línguas e costumes estabeleceram seu culto no Brasil, sob o nome de Nação Jeje, baseando-se no culto aos Voduns e formando várias ramificações, dentre as quais se destacam:
• Jeje Dahomey: é a forma de culto estabelecida pelos povos adjas, seu culto baseia-se principalmente na reverência aos Voduns Reais (dirigentes do Dahomey), Voduns da família de Hevioso (voduns do trovão, juntamente com os tòvoduns ou voduns aquáticos) e Voduns da família de Dan (serpentes). Orixás não são cultuados nesta ramificação. O terreiro que representa esta nação é o Terreiro do Pinho (Hunkpame Dahomey) situado em Maragojipe na Bahia. As línguas faladas são o adjagbé e o ewegbé.
• Jeje Mina: o Jeje Mina tem seu culto voltado à adoração real dos voduns de Abomey. Isso porque a fundadora deste culto (presente unicamente na Casa das Minas, pois nas demais casas de Tambor de Mina, o culto é Mina Jeje-Nagô, com influências yorubás) era a Rainha Nã Agontimé. “Adandozan também é retratado como incompetente – como comandante e guerreiro – e como um traidor da família real, pois teria vendido sua madrasta, a rainha Nã Agontimé, aos traficantes de escravos. Pesquisas realizadas por Pierre Verger sugerem que Nã Agontimé teria sido enviada como escrava a São Luis do Maranhão - onde foi renomeada como Maria Jesuína – e seria a fundadora da célebre Casa das Minas”. Pierre Verger ainda cita: “A Casa das Minas teria sido fundada pela rainha Nã Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Dahomey após o falecimento do pai e foi destronado pelo meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo chegou a organizar uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi encontrada.” A Casa das Minas cultua os Voduns dirigentes e nobres do Dahomey, inclusive Zomadonu, que é chefe da Casa da Minas, juntamente com Nochê Naé, a ancestral mítica da família Real.
• Jeje Mahi: Os Povos Mahi eram camponeses, tinham seu culto voltado, principalmente a Dan Gbé Sén (Bessém, este termo significa “adorar a vida” e dangbésén significa “serpente que adora a vida”) e aos voduns de sua família, e também aos voduns da família de Hevioso ou Kaviono, e os voduns da família de Sakpata. Voduns reais e Eguns não são cultuados. Tem influências nagôs e em seu panteão adotou-se alguns Orixás, formando a família Nagô-Vodun, formada principalmente por Ogun ou Gú, Odé, Oyá, Òsún e Yemanjá. O culto trazido pela africana conhecida como Ludovina Pessoa, natural de Mahi, iniciada para o vodun nagô Ogun, que foi escolhida pelos voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou o “Zoogodo Bogun Malé Hundo”, mais conhecido como “Terreiro do Bogun”, consagrado a Hevioso e o “Zoogodo Bogun Sejá Hundê”, mais conhecido como “Kwê Sejá Hundê”, consagrado a Bessém. O templo que seria consagrado a Azansú Sakpata não chegou a ser fundado. Dizem os antigos que o Ogun de Ludovina se chamava “Ogun Rainha” ou “Ogun da Rainha”, podendo supor que ela seria uma integrante da família real ou mesmo uma rainha do território Mahi. No Rio de Janeiro, o Kpo Dagbá é o grande representante desta nação, fundado pela africana da cidade de Aladá, Gaiaku Rosena, iniciada para o vodun Bafono Deká.
• Jeje Modubi: O jeje modubi cultua os voduns das famílias Dan, Hevioso e Sakpatá e tem grande influência nagô. Também há o culto aos eguns (akututos)
• Jeje Savalu: Com forte influência yorubá em seu culto.

NAÇÃO JEJE, VODUNS
A diferença entre Voduns e Orixás, dá-se basicamente em Vodum é
Vodum, Orixá é Orixá. Oya não é Vodum Jô, Aziri não é Oxum, Naetê não
é Yemanja, e assim por diante.
Assim como na África, também fazemos Orixás dentro dos templos de
Vodum, mas isso não os transforma em Voduns, eles são considerados
deuses estrangeiros, aceitos em nossos templos. Esses Orixás são tão
respeitados e venerados quanto os Voduns. Não existe discriminação
nenhuma em relação aos dois deuses (Voduns/Orixás).

Em templos de Orixás, também encontramos Voduns feitos, a única
diferença é que no Jeje, não mudamos os nomes dos Orixás. Para nós
Oya, Yansã são conhecida exatamente como Oya, Yansã. Já os Voduns em
templos de Orixás mudam de nome, por exemplo, Vodum Dan/Bessen recebe
o nome de Oxumarê, Sakpata recebe o nome de Omolu, etc. Esse
diferença também é registrada na Nigéria, então, não é uma atitude
iniciada aqui no Brasil.

Os Voduns são agrupados por famílias: Savaluno, Dambirá, Davice,
Hevioso, que se subdividem em linhagens. A sociedade daomeana é
patrilinear e polígena, isto é, dá-se por linha paterna; o homem é
casado com diversas mulheres. A sociedade organiza-se em sibs, grupos
de irmãos que têm a mesma mãe e o mesmo pai, sem base territorial
própria e subdividem-se em famílias.

Nomes dos Deuses Voduns:

*Ayzan - Vodun da nata da terra

*Sogbô - Vodun do trovão da família de Heviosso

*Aguê - Vodun da folhagem

*Loko - É o primogênito dos voduns.dono da joia de mahi que e o
rungbe,vodun do tempo

*Mawu é o Ser Supremo dos povos Ewe e Fon.

*Lissá, que é masculino, e também co-responsável pela Criação.

*Gu, Vodun dos metais, guerra, fogo, e tecnologia.

*Heviossô, Vodun que comanda os raios e relâmpagos.

*Sakpatá, Vodun da varíola.

*Dan, Vodun da riqueza, representado pela serpente do arco-íris.

*Agué, Vodun da caça e protetor das florestas.

*Agbê, Vodun dono dos mares.

*Ayizan, Vodun feminino dona da crosta terrestre e dos mercados.

*Agassu, Vodun que representa a linhagem real do Reino do Daomé.

*Aguê, Vodun que representa a terra firme.

*Legba, O caçula de Mawu e Lissá, e representa as entradas e saídas e
a sexualidade.

*Fa , Vodun da adivinhação e do destino.

*Aziri , vodun das aguas doces.

*Possun , vodun do po e da terra seca representado pelo tigre.

*Buku, Vodun associada à terra, à água e à lama. Os pântanos e as
águas lodosas são o seu domínio. Tambem chamada de Nanã Buruku é
considerada a mais antiga das divindades a palavra Nanã ou Nàná é
empregada para se chamar de mãe as mulheres idosas e respeitáveis, ou
seja, a palavra Nanã significa: "Respeitável Senhora". é a mais
antiga das divindades, pois representa a memória ancestral. Mãe de
Loko, Sakpata e Becém na dinastia Fon, Nanã está ligada ao mistério
da vida e da morte. É a senhora da sabedoria, mais velha que o ferro.
Daí, não usar lâminas em seu culto.

No Brasil, as casas de santo cultuam todas as famílias, porém, os
Voduns são interligados entre si com comportamentos, costumes, gostos
e atitudes sempre gerados pelo ancestre ou chefe de da casa.

São em torno de 450 Voduns, alguns cultuados no Brasil outros não.
Com o resgate existe a possibilidade de ampliar o culto e voltar a
reverenciar Voduns, que tinham desaparecido devido a falta de
informações, assim como admitir em nos templos existentes, esses
Voduns encontrados.

Os vodun-ses da família de Dan são chamados de Megitó, enquanto que
da família de Kaviuno, do sexo masculino, são chamados de Doté; e do
sexo feminino, de Doné.

Os cumprimentos ou pedidos de bençãos entre os iniciados da família
de Dan seria

?Megitó Benoí?? Resposta: ?Benoí?; e aos iniciados da família
Kaviuno, ou seja, Doté e Doné seria ?Doté Ao?? Resposta: "Aótin".

O termo usado "Okolofé", cuja resposta é "Olorun Kolofé" vem da fusão
das Nações de Jeje e de Ketu.

Muitos Voduns Jeje são originários de Ajudá. Porém, o culto desses
voduns só cresceram no antigo Dahomé.

Muitos desses Voduns não se fundiram com os orixás nagos e
desapareceram totalmente.

O culto da serpente Dãng-bi é um exemplo, pois ele nasceu em Ajudá,
foi para o Dahomé, atravessou o Atlântico e foi até as Antilhas.

Quanto a classificação dos Voduns Jeje, por exemplo, no Jeje Mahin
tem-se a classificação do povo da terra, ou os voduns Caviunos, que
seriam os voduns Azanssu, Nanã e Becém.

Temos, também, o vodun chamado Ayzain que vem da nata da terra. Este
é um vodun que nasce em cima da terra.

É o vodun protetor da Azan, onde Azan quer dizer "esteira", em Jeje.
Achamos em outro dialeto Jeje, o dialeto Gans-Crus, também o termo
Zenin ou Azeni ou Zani e ainda o Zoklé. Ainda sobre os voduns da
terra encontramos Loko.

Ele apesar de estar ligado também aos astros e a família de Heviosso,
também está na família Caviuno, porque Loko é árvore sagrada; é a
gameleira branca, que é uma árvore muito importante na nação Jeje.
Seus filhos são chamados de Lokoses.

Ague, Azaká é também um vodun Caviuno. A família Heviosso é
encabeçada por Badë, Acorumbé, também filho de Sogbô, chamado de
Runhó. Mawu-Lissá seria o orixá Oxalá dos yorubás.
Sogbô também tem particularidade com o Orixá em Yorubá, Xangô, e
ainda com o filho mais velho do Deus do trovão que seria Averekete,
que é filho de Ague e irmão de Anaite.
Anaite seria uma outra família que viria da família de Aziri, pois
são as Aziris ou Tobosses que viriam a ser as Yabás dos Yorubás,
achamos assim Aziritobosse.

NAÇÃO ADJEJE

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